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A influência da internet e das redes socias na vida das crianças e jovens.

As redes sociais são ferramentas que aproximaram muito as pessoas e deram ampla liberdade de expressão, muitos ainda utilizam as redes para se comunicar, algo que tem dificuldade de fazer pessoalmente, ou seja, algumas pessoas conseguiram muita liberdade e se sentem inclusive incluídos. E vários estudos sobre redes sociais demonstram que as relações têm impacto significativo na vida dos jovens e adultos.

​Pois bem, o quanto isso é salutar? Até aonde podemos dar liberdade às crianças e jovens nessa imensidão que é a internet e especificamente nas redes sociais? Essa é uma discussão que a sociedade não tem se aprofundado da forma como deve, tem que haver envolvimento de pais, educadores, Poder Público, psiquiatras, psicólogos, entre outros. Isso porque está sendo criada uma geração extremamente dependente da tecnologia e esquecendo das relações sociais que são importantes na formação do caráter dos jovens.

​Hoje é comum crianças da mais tenra idade estar diante de um telefone celular ou tablet “para se acalmar”, para se “distrair”. Muitas vezes em lugares públicos vemos os pais com os filhos, e estes diante de um aparelho eletrônico, com olhos ali fixados e quase sem interação com os pais. Portanto desde pequeno esse contato com a tecnologia faz com que se crie uma “dependênciacibernética”.

​O jovem imediatamente procura estar conectado pois os colegas tem contas nas redes sociais e para não “ficar atrás” também buscam estar “socialmente interagidos tecnologicamente”. Não se pode dar toda liberdade para as crianças e jovens na internet e nem nas redes sociais, pois o perigo é imenso.

​Existem vários aspectos que são preocupantes nesses assuntos, os jovens deixaram de lado a leitura e a convivência familiar para dedicar este tempo para as redes sociais e internet, o que passa a criar uma barreira de comunicação dentro da entidade familiar, aliado a isso o perigo dos criminosos cibernéticos explorarem a confiança dos jovens das mais variadas formas. Essa ausência de comunicação dentro da entidade familiar é preocupante, pois os pais achando que os filhos estão dentro de casa, protegidos, mas diante do computador é na verdade uma falsa sensação de segurança, pois pode ser muito mais perigoso do que estar em uma festinha com amigos ou em um evento social.

​É importante destacar que mídias sociais, em razão da capacidade de compartilhamento e interatividade, modificaram as formas de relacionamento entre jovens e adolescentes. Ao proporcionar, por meio de sites e aplicativos, ambiente de encontro entre indivíduos porvezes vulneráveis, se tornam fatores de risco para a saúde mental.

Um estudo denominado “Digital in 2018 Global Overview”, foi produzido pela agência especializada em mídia social “We Are Social”, em parceria com a plataforma de mídia “Hootsuite”, coletou dados de 22 milhões de usuários em 45 países. E de acordo com a pesquisa, o Brasil possui 205 milhões de habitantes. Destes, 130 milhões são usuários ativos nas redes, o que corresponde a 66% da população. 61% dos internautas brasileiros acessam as redes sociais via dispositivo móvel (celular ou tablet). Todos os usuários brasileiros visitaram ou usaram as redes sociais em 2023 e, destes, 81% é ativamente engajado nas plataformas, e o brasileiro gasta, em média, 3 horas e 44 minutos por dia com as redes sociais.

​Isso é muito tempo dedicado às redes sociais e internet, e os jovens ainda sofrem demais com a dependência, passando a ter inúmeros problemas e consequências terríveis como o “cyberbullying”, que é a prática da intimidação, humilhação, exposição vexatória, perseguição, calúnia e difamação por meio de ambientes virtuais, como redes sociais, e-mail e aplicativos de mensagens. A incidência maior de casos de cyberbullying ocorre entre os adolescentes, porém há um número considerável de jovens adultos que utilizam essa prática, que é considerada criminosa. Isso inclusive pode levar a consequências gravíssimas como o suicídio.

​A faixa etária entre a infância e a adolescência é a que mais cresce em número de suicídios, hoje no Brasil e os casos são variados, como uma criança de dez anos se matou por não ter dinheiro para ir ao cinema. Outra porque não tinha um celular como seus colegas. Outra sofreu bullying na escola e cyberbullying nas redes sociais. Há um caso em que o adolescente não gostava de sua própria aparência e foi constatada a pratica de cyberbullying pelos colegas de escola. Um caso gravíssimo foi de uma menina de 15 anos que teve fotos íntimas de teor sexual vazadas nas redes sociais. Outro caso foi de uma adolescente que cometeu suicídio em razão de um site de notícias de celebridades postar que ela teve uma relação afetuosa com um comediante famoso e era falsa a informação.

​Por essas razões é muito importante que os pais e responsáveis não descuidem das crianças e adolescentes no tocante a utilização de redes sociais e internet, devem ser monitorados sempre, e não que isso venha ser invasão de privacidade, não isso é cuidado os pais devem possuir todas as senhas das crianças e jovens para o livre acesso às suas redes socais e internet, explorar o histórico de sites e aplicativos visitados e utilizados, para que não haja surpresa desagradável. Devem também limitar com rigor a utilização da internet e redes sociais, por no máximo uma hora por dia, esse controle precisa ser feito.

​Também é importante passar um tempo com as crianças e adolescentes para observar se não há mudança de comportamento dos seus filhos, pois ao menor sinal atitudes devem ser tomadas com intuito de evitar graves problemas no futuro, problemas inclusive em determinados casos irreversíveis.

Bento Adriano Monteiro Duailibi
Advogado militante, Professor Universitário, 

Pós Graduado em Direito Civil e Metodologia do Ensino Superior, 

Membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul,

Membro da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul

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