Cidades

Com água na torneira, povos originários das aldeias de Dourados retomam esperança

As famílias dos moradores de aproximadamente 50 casas na aldeia Bororó, nos fundos da Reserva Indígena de Dourados, tem um motivo a mais para saudar este dia 19 de abril, quando é celebrada a introdução da nova data, festejando os povos originários no País: a água voltou a jorrar das torneiras instaladas pelo trabalho iniciado no mês passado por parte do GT (o Grupo de Trabalho) criado pelo Governo do Estado, e que envolve a Sanesul, por meio da assessoria técnica às equipes da Sesai e do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), visando equacionar a grave problemática que há décadas afetava essa comunidade.

Por determinação do governador Eduardo Riedel, o vice-governador Barbosinha encabeça os trabalhos juntamente com as equipes da Setescc (a Secretaria estadual de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Sanesul, Sesai/DSEI, MPF (Ministério Público Federal) e da Prefeitura de Dourados, visando reduzir os níveis de instabilidade social, principalmente entre os povos indígenas. “Começamos a ver os resultados, depois de mais de 23 anos buscando uma solução para o problema da falta de água”, diz o subsecretário dos Povos Originários da Setescc, Fernando Souza, que é morador na aldeia Jaguapiru em Dourados.

Nesta terça-feira (18), apesar da força das chuvas que impediram a atuação das máquinas que trabalham na desobstrução de poços e expansão da rede, famílias eram vistas lavando as caixas d’água que agora vão voltar a ser utilizadas para o armazenamento do líquido que reapareceu nos cavaletes.

Enquanto isso, o GT trabalha no encaminhamento das sugestões apontadas pela Sanesul de realizar intervenções com a substituição de bombas e cabos elétricos e adequação de todos os poços em operação, a perfuração de dois novos poços e instalação de reservatórios em locais estratégicos e o fornecimento de água por parte da companhia, por meio de contratualização com o DSEI. “Trabalhamos de acordo com a nossa possibilidade de atuação nas comunidades, com alternativas técnicas e financeiras dentro dos limites da legalidade”, diz o diretor-presidente da Sanesul, Renato Marcílio da Silva.

Para o vice-governador Barbosinha, a disposição com que o Governo de Mato Grosso do Sul tem se empenhado na busca de soluções para o problema crônico na RID (Reserva Indígena de Dourados), adotando medidas emergenciais para garantir abastecimento nas aldeias, um projeto piloto que se pretende seja estendido às demais comunidades das aldeias do Estado, “é reflexo do compromisso social assumido pelo governador Eduardo Riedel e visa estabelecer soluções definitivas diante da persistência na busca dos investimentos necessários nesse sentido”.

Texto: Clóvis de Oliveira
Fotos: Sanesul e Setescc

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