Cultura

Governo de MS tem gasto milionário com shows de cantores sertanejos

A dupla Jads e Jadson é a mais beneficiada pelas contratações. (Foto: Divulgação)

Em meio a polêmica com gastos de prefeituras com shows sertanejos, que fez até Gusttavo Lima chorar. O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura, deve gastar R$ 6,1 milhões com apresentações aqui no estado, conforme valores empenhados de janeiro até o início de junho.

A dupla Jads e Jadson é a mais beneficiada pelas contratações feitas pelo governo e já tem garantido o pagamento de R$ 1,3 milhão para a realização de 10 shows, segundo o site O Jacaré

Em média, a dupla cobra R$ 120 mil por show. Do total previsto, a dupla já recebeu R$ 468,5 mil, mais que os R$ 420 mil pagos durante todo o ano passado.

João Bosco e Vinicius têm R$ 517,5 mil assegurados para apresentações musicais no interior do Estado.

Matogrosso e Mathias e Bruninho e Davi têm garantidos R$ 480 mil. Michel Teló ganhou R$ 213 mil para se apresentar no Festival América do Sul, realizado no mês passado em Corumbá.

O governo investiu na contratação de três atrações para o aniversário de Iguatemi. Lauana Prado recebeu R$ 120 mil, enquanto Teodoro e Sampaio acertou R$ 100 mil, mas acabou dando desconto e recebeu R$ 95 mil.

A produtora de diversos músicos, como Loubet, Breno Reis e Marco Viola e Paulo Frapo, teve R$ 1,101 milhão empenhados pela Fundação de Cultura. O Governo já pagou R$ 773,7 mil até o momento. O show mais caro foi de Breno Reis e Marco Viola, de R$ 90 mil, para se apresentar na Expo de Jardim. O Canto da Terra já tem assegurado R$ 385 mil. 

Clique aqui para ver todos os valores empenhados pelo Governo de MS.

CPI do Setanejo

O cantor Zé Neto desencadeou uma crise entre os artistas sertanejos, que vem sendo chamada informalmente de “CPI do Sertanejo”. Semanas atrás, durante um show no Mato Grosso, ele resolveu alfinetar Anitta, ao citar uma tatuagem feita pela cantora em uma região íntima, logo após criticar a Lei Rouanet.

O que ele não esperava é que os fãs da artista e jornalistas apurassem sobre quem financia os shows da dupla Zé Neto e Cristiano. Vieram à tona informações mostrando cachês milionários pagos a artistas sertanejos, mesmo em shows em cidades pequenas, contrapondo orçamentos de prefeituras cuja a arrecadação é insuficiente para bancar tais eventos.

A repercussão fez com o que o Ministério Público questionasse alguns pagamentos na justiça, o que fez com que algumas apresentações fossem canceladas. Na última semana, Gusttavo Lima  teve um show cancelado, cujo cachê seria de R$ 1,2 milhão, na cidade Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais.

Dias depois, ele fez uma live no Instagram onde comentou sobre o caso, e se pronunciou a respeito dos ataques que vem recebendo nas redes sociais e acabou chorando sobre toda essa situação.

No domingo (5), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a decisão que autorizava a realização da “Festa da Banana”, na cidade de Teolândia, no baixo-sul da Bahia, e contaria com o cantor Gusttavo Lima entre as atrações principais, que receberia R$ 700 mil de cachê.

De acordo com a decisão do ministro, o gasto de altos valores para um município de apenas 20 mil habitantes e em situação de emergência declarada justifica a providência tomada inicialmente de suspender a realização do evento. Teolândia foi uma das cidades afetadas pelas chuvas em dezembro e recebeu cerca de R$ 2,3 milhões do governo federal após os temporais.

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