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Moinho Cultural entrega ‘Carta das crianças e adolescentes da fronteira’ para autoridades

Em 2021, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano criou a RECAF (Rede da Criança e do Adolescente da Fronteira), que leva ações dirigidas para a defesa e promoção da vida de crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. Depois de dois anos de ações e um trabalho de mapeamento dos pontos mais sensíveis em cada uma das regiões, foi elaborada a “Carta das crianças e adolescentes da fronteira”, com os principais anseios deste público da região de fronteira.

Agora, a instituição começa a entregar a carta a parlamentares, em busca de apoio para a formulação de políticas públicas que possam impactar positivamente a vida das crianças e adolescentes da região fronteiriça. Na última sexta-feira, dia 17 de março, foi entregue em primeira mão para a deputada federal Camila Jara.

O documento chama atenção para os problemas enfrentados na fronteira e a necessidade de uma ação governamental, com a formulação de políticas públicas capazes de transformar a realidade.

“A RECAF nasceu de um sonho e uma necessidade. Sonho de expandir o trabalho desenvolvido há 18 anos pelo Moinho Cultural na fronteira do Brasil com a Bolívia e a necessidade de olhar para as crianças e adolescentes que vivem nesta região. Durante dois anos, percorremos diversas regiões, estivemos em instituições e escolas locais e vimos que boa vontade não falta. O que falta é um olhar mais atencioso e, principalmente, a presença governamental nestas regiões. Com a carta, pretendemos sensibilizar parlamentares, governadores e demais autoridades sobre a necessidade de olhar para as crianças destas regiões”, afirma a diretora-executiva do Moinho Cultural, Márcia Rolon.

No levantamento, foram apontadas as causas dos problemas identificados em cada uma das grandes áreas, como meio ambiente, saúde, cultura, direitos humanos, drogas, infraestrutura, segurança pública e educação, e também propostas para solucioná-las.

Já a carta traz um pouco da realidade vivenciada por essas crianças e adolescentes, os anseios, aponta como o governo pode ajudá-las e o que elas querem. “A carta foi uma construção coletiva. É fruto de mais de 16 mil quilômetros percorridos e muita escuta”, garante Márcia Rolon.

A carta é resultado de visitas e trabalho desenvolvido em rede em seis países e 11 municípios. Mais de 380 crianças foram impactadas pelas ações da RECAF. A Rede esteve presente nos municípios brasileiros de Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Brasileia (AC), Assis Brasil (AC) e Barra de Quaraí (RS). De outros países, participaram Iñapari (Peru), Bolpebra (Bolívia), Puerto Suárez (Bolívia), Pedro Juan Caballero (Paraguai), Bella Unión (Uruguai) e Monte Caseros (Argentina).

O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano
O Moinho Cultural é uma OSC que oferece há 18 anos para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social de Corumbá, Ladário, Puerto Suarez e Puerto Quijarro, aulas de dança, música, tecnologia e informática. A formação continuada oferecida pela instituição tem duração de até oito anos. O Moinho também atua na formação de intérpretes criadores para jovens e adultos, com a Companhia de Dança do Pantanal, Orquestra de Câmara do Pantanal e Núcleo de Tecnologia. A missão da instituição é diminuir a vulnerabilidade social na região de fronteira Brasil-Bolívia, por meio do acesso a bens culturais e tecnológicos. Desde o início das atividades, mais de 23 mil crianças e adolescentes já foram atendidos pelo Moinho.

Atualmente, o Moinho Cultural conta com o patrocínio máster via Lei de Incentivo Cultural do Instituto Cultural Vale, bem como, patrocínio da Bellalluna Participações LTDA, Energisa, BRINKS, BTG Pactual, CaraÍ Empreendimentos LTDA, HINOVE, Rodobens, o Apoio Cultural do Instituto FAR, o fomento do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, além da parceria com a J.Macêdo e Fecomércio MS-SESC.

São parceiros institucionais a Prefeitura de Corumbá, Prefeitura de Ladário, Prefeitura de Puerto Suárez, Prefeitura de Puerto Quijarro, Instituto Homem Pantaneiro, IFMS, UFMS, Acaia Pantanal e outros doadores pessoa física e jurídica.

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