Um morador de Campo Grande, que não teve a identidade revelada, prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília, sobre os atos terroristas do domingo, 8 de janeiro. Na declaração, ele disse que foi ao Distrito Federal com todas as despesas pagas, mas não soube apontar o financiador da viagem, e que está desempregado.
O campo-grandense contou que saiu de Mato Grosso do Sul em uma caravana com várias pessoas de diversas cidades, e que esta seria a terceira vez que ia à Brasília. Ele também afirma que estava acampado em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO).
Ainda segundo registro da autuação divulgada pela Globo News, o campo-grandense chegou a Brasília antes do Natal.
“Ciente de seu direito constitucional de permanecer em silêncio e de que é autuado como incurso no delito de ‘Golpe de Estado’, opta por responder que reside em Campo Grande/MS e, no intuito de participar dos movimentos em prol da nação, veio em uma caravana formada por várias pessoas de diversas cidades, sendo que não foi cobrada a passagem, motivo pelo qual, inclusive veio a Brasília, já que atualmente está desempregado. Está é a terceira vez que vem a Brasília, sempre tendo ficado acampado no QG, tendo chegado aqui alguns dias antes do Natal”, diz parte do depoimento.
Durante o depoimento, ele negou que tenha participado de ações terroristas.
“Hoje [domingo] participou da caminhada de manifestações em favor do país, quando observou de longe que estava ocorrendo um confronto, tendo sido feito o uso de muito gás lacrimogênio, o que afetou os olhos do declarante, mesmo estando distante do foco. Nisso, se dirigiu ao Palácio do Planalto como forma de sair da confusão, já que lá apresentava ser o local mais seguro no momento, inclusive porque havia um cordão do exército, motivo pelo qual o declarante e outras pessoas se ajoelharam em frente aos soldados e continuaram, de forma ordeira e pacífica, a manifestar. Também chegou a entrar dentro do prédio, em um momento de correria e, quando as coisas se acalmaram um pouco, notou que o local estava depredado, mas não presenciou quem seriam as pessoas que danificaram a estrutura”, conta o registro.
No domingo, 8 de janeiro, terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Palácio do Planalto.
Após o atque ao centro político do país, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a “desocupação e dissolução total” em 24 horas dos grupos instalados nas “imediações dos Quartéis Generais” em diversas cidades.
Até o momento, 291 pessoas foram presas envolvidas no atentado antidemocrático, incluindo três adolescentes. A lista total de prisões está sendo revista a todo instante, tendo em vista os mais de 1.200 manifestantes golpistas detidos esta manhã e encaminhados para triagem policial.