O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Marquinhos Trad (PSD) por crimes sexuais cometidos contra mulheres. O processo tramita na 3ª Vara Criminal de Campo Grande e caberá à juíza Eucelia Moreira Cassal decidir se aceita ou não que haja o prosseguimento do caso. Se a denúncia for recebida, o ex-prefeito da Capital vira réu e terá de se defender judicialmente das acusações.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, o relatório do inquérito policial foi entregue ao MP há cerca de 20 dias e que a denúncia chegou ao Judiciário nesta semana. Não há mais detalhes porque, tanto na fase policial como agora, o caso tramitou em sigilo.
A reportagem apurou ainda que, se aceita a denúncia, Marquinhos responderá por assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição. Ele é acusado de cometer tais crimes contra 7 mulheres.
A investigação foi tocada pela delegada Maíra Pacheco Machado, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Depois que se tornou candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul, denúncias feitas por pelo menos 16 mulheres chegaram à delegacia. Algumas denúncias foram arquivadas e três inquéritos policiais trancados por determinação judicial.
A investigação foi aberta após as primeiras acusações, feitas por quatro mulheres: duas de 32 anos, outra de 31, e uma mais jovem, de 21 anos. Os casos teriam ocorrido a partir de 2003. Marquinhos Trad admitiu relações extraconjugais, mas negou crime.
Além do depoimento das vítimas e oitiva com testemunhas, atrás de provas, a Deam fez duas operações – no dia 9 de agosto, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Paço Municipal, e no dia 31, quando o ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande, Victor Hugo Ribeiro Nogueira da Silva, de 36 anos, foi preso. Ele estaria coagindo vítimas a mudar os depoimentos à polícia.
No dia 18 de outubro, ao sair da delegacia, onde prestou depoimento por cerca de quatro horas, o ex-prefeito voltou a dizer que foi vítima de armação política e o tempo mostraria a verdade. As advogadas Andrea Flores e Rejane Alves Arruda, que defendem o ex-prefeito, afirmaram ainda que cafetina arregimentou garotas de programa para fabricar denúncias contra o cliente.