Polícia Federal prende dois suspeitos e apreende bens em operação contra esquema de descontos ilegais no INSS
Na terça-feira (17), a Polícia Federal prendeu em Sergipe dois suspeitos de envolvimento em um esquema ilegal de descontos aplicados em benefícios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Os detidos foram localizados em Aracaju e Umbaúba, cidades sergipanas, sendo que o último município está situado a aproximadamente 100 km da capital. Ambos os indivíduos foram encaminhados à superintendência da Polícia Federal, onde passarão por depoimentos. Como a investigação segue sob sigilo judicial, suas identidades não foram reveladas.
Além das prisões, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, autorizados pela 3ª Vara Federal de Sergipe, nas cidades de Aracaju, Umbaúba e Cristianópolis. Durante a operação, foram apreendidos R$ 35 mil em espécie e R$ 68 mil em cheques, além do sequestro de cinco imóveis, avaliados em torno de R$ 12 milhões.
A Polícia Federal declarou que a ação teve como objetivo recuperar ativos ilícitos e avançar nas investigações sobre o esquema de descontos indevidos em benefícios do INSS, buscando responsabilizar os envolvidos e restaurar o erário público.
O esquema fraudulento
O golpe que afetou aposentados do INSS foi descoberto em abril deste ano, quando a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) iniciaram a Operação Sem Desconto, investigando descontos ilegais de mensalidades associativas, que causaram prejuízos milionários aos beneficiários do Regime Geral da Previdência Social.
Naquela operação, foram cumpridos 6 mandados de prisão temporária, 211 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens que somaram mais de R$ 1 bilhão em diversos estados, incluindo Sergipe.
Essas mensalidades são contribuições pagas por aposentados e pensionistas a entidades de classe, como associações e sindicatos. O desconto em folha para essas entidades, autorizado desde 1991, cresceu ao longo dos anos, e em 2024, o valor total dos descontos chegou a R$ 2,8 bilhões.
No entanto, uma grande parte desses valores foi descontada de forma ilegal. Segundo dados do INSS e da CGU, mais de 3,38 milhões de beneficiários consultaram o órgão sobre esses descontos, e cerca de 97% afirmou não ter autorizado tais deduções.
Ainda em 2024, a CGU identificou falhas significativas nos controles do INSS, recomendando que o órgão deixasse de realizar as cobranças diretamente dos benefícios para as entidades civis.
Notícias Destaque
Assine nossa newsletter
Fique por dentro das últimas notícias, só preencher abaixo.