A Prefeitura de Campo Grande cedeu por dois anos uma nova área no bairro Oliveira II para que o Esporte Clube Comercial reconstrua seu Centro de Treinamento (CT). A informação foi publicada no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) no último dia 02 de dezembro deste ano. A sede do clube alvi-rubro foi a leilão por dívidas trabalhistas e entregue oficialmente aos novos donos em 2006, na gestão Carlos Alberto de Assis, mas os problemas datam desde a gestão do ex-presidente Luis Ojeda.
O Comercial conseguiu a renovação da antiga área em janeiro deste ano, porém a área que tinha sido destinada virou um bosque e uma praça para os moradores da região. Sem casa novamente, a diretoria buscou uma nova área que atendesse os objetivos do clube, local onde a equipe feminina do clube treinava há um tempo atrás.




A nova área é localizada entra a avenida das Mansões e a rua das Camélias, entre a rua Rogério Giordano e Mogi Miri. Um novo projeto para nova Vila Olímpica está sendo confeccionado por uma arquiteta comercialina. Área fica ao lado da Escola municipal José de Souza, o Zezão e de uma Emei (Escola Municipal de Ensino Infantil) ainda em construção.


A luta por um novo centro de treinamento
A diretoria comercialina lutava por mais prazo realizar a construção casa colorada desde a época do presidente Ítalo Milhomem, em 2015/2016 no mandato do prefeito Alcides Bernal. Atualmente, a gestão encabeçada pelo presidente Cláudio M. Barbosa tentava a renovação da cessão de uso de uma área no bairro Oliveira II, que tinha expirado em 2018, na antiga gestão do presidente Valter Mangini, após 10 anos de cessão de uso que foi viabilizada na gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad.
De acordo com livro “Esporte Clube Comercial, uma paixão colorada”, escrito pelo professor João Batista Campagnani Ferreira, os terrenos pertenciam ao CRAEC (Clube Recreativo dos Amigos Esporte Clube Comercial) e seriam destinados ao Colorado para construção de três campos, alojamentos para os atletas, refeitório e a sede do clube, porém a planta não saiu do papel. Segundo informações de moradores algumas pessoas ainda jogam bola, mas não há o uso por parte dos moradores do bairro ou qualquer ligação do Comercial-MS.



A Vila Olímpica



Em um dos processos trabalhistas que o clube tinha ao longo da sua vida, a juíza da ação determinou que o imóvel fosse registrado no cartório em nome do Esporte Clube Comercial-MS para que assim pudesse ser executado. A doação da área ocorreu em 1964 com cláusula de inalienabilidade, de modo que se fosse utilizada para outros fins, que não desportivos, voltaria para o município de Campo Grande. Essa inalienabilidade permitiu que o clube permanecesse com a área por muitos anos, mesmo sendo executado por dívidas tributárias e trabalhistas. Na década seguinte, a Escola Olivia Enciso, localizada na Afonso Pena quase foi vendida, porém voltou para mãos do poder público municipal em caso semelhante.
A Vila Olímpica Colorada foi vendida por R$ 1.212.120,00 em 2006, para quitar dívidas trabalhistas que o clube possuía. A área foi comprada pelo dobro do preço posteriormente pela construtora que ergueu o prédio do Comper na rua Brilhante. Na época, um acordo foi firmado com a prefeitura de Campo Grande, para a doação de uma nova área ao Comercial. O clube ficaria com duas quadras no bairro Oliveira I, entre as ruas Orlandina de Oliveira Lima e Maria Luiza Moraes, passando pelas ruas João Ribeiro Guimarães, Antônio João Escobar e Antônio Vieira Almeida.
Campeão estadual 2010 e 2015 e semifinalista em 2016, o Comercial continua sem sede própria, alugando um sala na rua Spipe Calarge, onde se encontram os troféus.
O centro de treinamento, durante o período que o clube participa de competições é alugado, e funciona Tênis Clube, mas já passou pela Toca do Jacaré, no conjunto Estrela do Sul e Vovó Ziza. Agora a esperança foi renovada por dois anos.