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Um ano do assassinato de Marielle Franco é lembrado em Campo Grande

Militantes dos movimentos sociais realizaram um ato na noite desta quinta-feira (14) para lembrar um ano do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol-RJ) e de seu motorista, Anderson, que foram brutalmente executados em março do ano passado no Rio de Janeiro. 

O ato foi organizado por militantes do Psol de Campo Grande e pelo Movimento de Negros Unificados (MNU) e contou com poucos mais de cem pessoas representando diversos seguimentos da sociedade, como movimentos LGBTQ+, Negros, Movimentos Sindicais e culturais.

MNU e Mulheres

A população negra vítima do racismo estrutural e da violência, como o caso do jovem de 19 anos Pedro Gonzaga, que foi morto asfixiado por um segurança do supermercado Extra no RJ, e as mulheres vítimas recentemente de feminicídio no Estado – Carla Sampaio (36), Nádia Sol Neves (38), Laís Peres Rodrigues (26) – também foram lembradas e se fizeram presentes no grito de cada um dos manifestantes que estavam na Praça dos Imigrantes nesta quinta-feira. 

Arte

A atividade também contou com artes, músicas, poesias e intervenções, como o do bloco carnavalesco feminista Deusas do Cerrado e com o rap das minas do Slam Camélias, que cantaram sua indignação com o refrão do RAP do Projeto Preto de São Paulo, que narra o medo dos “fiscais de melanina, que não entendem o que é ser preto. Não vim roubar sua loja, tenho dinheiro. Pele preta, mesa farta com sorriso, nós merecemos”.

A noite de reflexão terminou a apresentação da cantora Raah Conde, que interpretou de Clementina de Jesus a Elza Soares, e o rap campo-grandense da cantora Melissa Dias.

Trajetória 

Negra, favelada, lésbica, mãe solo e defensora dos direitos humanos, sua vida, sua luta e suas causas a condenaram Marielle à morte junto com seu motorista Anderson Gomes. Nesta semana o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrou, junto com a policia civil carioca, uma operação para prender os possíveis assassinos, o sargento aposentado da Polícia Militar do RJ (PM) Ronnie Lessa, e o ex-policial militar Élcio de Queiroz, após um ano de investigação e a quebra do sigilo de cerca de 33 mil telefones celulares que estavam pela região na época do crime.

Ronnie mora no mesmo condomínio de luxo do presidente Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro (RJ), e foi preso quando tentava fugir da polícia. Na casa de um amigo de Ronnie foram apreendidos 117 fuzis desmontados, quase completos. A suspeita é que a morte da vereadora tenha a ver com as críticas às milícias para-militares que atuavam no Estado do RJ.

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