Tragédia no Comerário: na volta do Campeonato Sul-mato-grossense, Morenão desaba e deixa 50 mil mortos
Editorial
É, esse título não é para mais uma notícia caça cliques e também não é uma fake news, mas é de ficção, sim, em partes. A maior tragédia brasileira é real e esta acontecendo agora. Mesmo assim, talvez você não se importe, a final, não foi em seu Estado, na sua cidade, não foram seus amigos ou familiares. A nossa região ainda é a menor em número de mortes no país, mas até quando?
Desde o primeiro caso confirmado do vírus maldito no país, que data-se de março. São 50 mil e 58 oito pessoas, vidas, vidas, que importam, que se apagaram. São cinquenta mil pessoas, 50 mil pessoas, com nomes, sobrenomes, histórias e sonhos. Cinquenta mil famílias. É como o estádio Pedro Pedrossian, o nosso Morenão, explodisse de tristeza em um dia de Comerário.
Mas volto a questionar? Quanto vale uma vida? Quanto vale a vida da sua mãe, dos seus pais, afinal, não nascemos de chocadeiras ou de cegonhas. E a vida do seu filho? A vida do meu filho, não têm preço ou tempo em isolamento social que pague.
A cada dia uma cena nova, histórias de pessoas diferentes, mas com o mesmo final, a morte. A empregada que foi obrigada a trabalhar no apartamento da patroa infectada pelo vírus, e que morreu. A filha chorando e pedindo perdão e a volta dos pais, que faleceram após serem contaminados por ela em Alta Araguaia (MT).
Sem dúvida alguma, essa esta sendo a maior tragédia brasileira, talvez pensássemos, que era realmente apenas uma gripezinha, que a dengue matava mais, que não seríamos uma China, que não seríamos uma Itália, que tinha uma população mais idosa e vulnerável. Enquanto a Europa reabre a economia após uma quarentena de verdade, aqui, vemos novas covas coletivas cavadas, como consulta realizada a todos municípios do país pelas forças armadas.
Desde março de 2020, as mortes por Covid-19 no país já superaram todas mortes violentas registradas em 2019, em que foram registrados 41.635 assassinatos ou 40.721 mortes no trânsito. Nos últimos seis meses foram registradas 549.469 mortes no país, 20.491 a mais que mesmo período do ano passado. Para ser uma ideia, segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) em 2019 a dengue matou 754 pessoas e atingiu cerca de 1,5 milhão de pessoas. A pior crise de dengue foi em 2015, quando morreram 986 pessoas.
No Brasil chegamos a 1.070.139 casos confirmados, sendo que 30.972 foram registrados nas últimas 24 horas. Em Mato Grosso do Sul, pelo último boletim informativo do governo, se contabilizava 47 pessoas mortes pela doença. Desde março foram registrados 30.767 casos notificados, destes, 5.227 foram confirmados, 1.386 estão em análise e outros 1.419 estão sem informações finais pelos municípios. Ao todos foram realizados 27.692 teste de covid-19 realizados no Estado e 2.621 casos de pacientes recuperados.
Comparamos com alguns dados sobre as nossas tragédias nacionais e internacionais:
Mortes violentas em 2019 no Brasil – 41.635 assassinatos
Mortes por acidente de Trânsito em 2019 no Brasil – 40.721
Dengue em 2019 – 754 mortes
- Covid-19 fez 66 vezes mais vítimas fatais do que a dengue
Word Trade Center, 11 de Setembro (2001): 2.996 mortes
- Covid-19 são 16 ataques terroristas nas Torres Gêmeas
Deslizamentos na Região Serrana do RJ (2011) – 918 mortes
- Covid-19 são 54 deslizamentos fatais no RJ
Voo 3054 da TAM, 17 de julho de 2007 – 199 mortes
- Covid-19 são 251 acidentes aéreos como o Voo 3054
Incêndio no Edifico Joelma, São Paulo ( 1974) – 187 mortes
- Covid-19 são 267 incêndios como os do Edifício Joelma
Rompimento da barragem em Mariana (2015) – 19 mortes
- Covid-19 são 2634 tragédias de Mariana (MG)
Fique em casa, use a máscara, se projeta e proteja quem você gosta.
Equipe Hora MS
Atualizado com dados de 21/06/2019 as 13h58