A meteorologia tem notado um mês de agosto atípico em Mato Grosso do Sul por causa de registros de chuvas acima da média histórica em todas as regiões do Estado. O motivo: frentes frias, mudança na rota dos ventos e transporte de umidade que favoreceram a formação das tempestades.
Relatório elaborado pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) com dados referentes aos primeiros 22 dias do mês aponta precipitação pluviométrica de 0 a 80 milímetros (mm) nas regiões do Pantanal, Sudoeste, Norte e Bolsão. Já no Centro-Sul, as chuvas ficaram entre 80 e 200 mm.
Nos municípios de Campo Grande, Aquidauana e Nova Alvorada do Sul, as chuvas ficaram acima de 170 mm, entre 1° e 22 de agosto. Por outro lado, Porto Murtinho e Corumbá tiveram chuvas abaixo de 55 mm. Além disso, praticamente todos os municípios registraram chuvas acima da média histórica, com exceção de Paranaíba, que teve chuva 43,3% abaixo da média histórica.
Na meteorologia, 1 milímetro de chuva equivale a 1 litro de água jogado em 1 metro quadrado.
Mudança climática
Segundo explica o documento do Cemtec, a condição climática atuante no mês de agosto é o fenômeno La Ninã, que favorece a ocorrência de chuvas abaixo da média climatológica no Estado, principalmente no Sul. Entretanto, neste ano, os acumulados de chuvas associaram-se a outros sistemas meteorológicos, como a passagem de frentes frias, a mudança no fluxo dos ventos e o transporte de umidade. Esses fenômenos atuaram em Mato Grosso do Sul entre os dias 7 e 10 de agosto, e também entre 16 e 18.
Além disso, outros fatores climáticos com influência no clima do Brasil favoreceram as chuvas atípicas no mês de agosto. Entre eles, a atuação da Oscilação Antártica, que é um importante modo de variabilidade climática do Hemisfério Sul.