O presidente Jair Bolsonaro disse ontem (14) que o novo procurador-geral da República deverá ser alinhado com os interesses de seu governo. Bolsonaro é o responsável por escolher o substituto de Raquel Dodge no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) e citou a facilitação na concessão de licenças ambientais como uma das bandeiras que o novo procurador-geral deve encampar.
“Com todo respeito ao pessoal da PGR, a gente precisa que esteja alinhado com as bandeiras nossas. Com a questão ambiental […], a dificuldade nossa com licença. Para fazer uma central hidrelétrica é uma dificuldade com licença ambiental”, disse o presidente na noite desta quarta-feira na frente do Palácio da Alvorada. Ele citou a demora na liberação de licenças para as obras do Linhão de Tucuruí e da restauração e pavimentação da BR 319, rodovia que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), como exemplos de obras que atrasam por demora na concessão da licença.
Ainda sobre o assunto, o presidente disse ter a impressão de que o Ministério Público não contribui para o desenvolvimento do país. “Tem a legislação nesse sentido e tem o Ministério Público. O nosso sentimento é que, muitas vezes, [o MPF] não joga com o desenvolvimento do Brasil. Eu sei que eles têm que fiscalizar a lei, mas às vezes vão um pouquinho além disso. Tudo isso tem que ser conversado”.
Questionado pelos jornalistas que o esperaram chegar ao Alvorada, Bolsonaro evitou dar pistas de quem está mais ou menos cotado para ser escolhido. Ontem (13), Mário Bonsaglia se reuniu com Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Bonsaglia é o primeiro colocado na lista tríplice formulada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A listá também é composta ainda por Luiza Frischeisen e Blal Dalloul. O presidente, no entanto, já deixou claro que não está preso aos três nomes da lista. Nem mesmo a atual ocupante do cargo está descartada. “Jamais descartaria a Raquel Dodge. Todo mundo está no páreo”. Ele acrescentou que o nome poderá sair até sexta-feira (16).