Defensoria Pública vai à Justiça por lockdown em Campo Grande

Loading...

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul entrou como uma ação civil pública na Justiça estadual para que seja decretado lockdown em Campo Grande por 14 dias e assim combater a disseminação do coronavírus na cidade, reduzir o número de mortes e evitar o colapso nos hospitais. A petição foi protocolada no dia 3 de agosto, na vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Capital.

Entre os argumentos usados para tomar tal medida, a Defensoria usa como exemplo as restrições adotadas pela prefeitura em março, logo que os primeiros casos de covid-19 foram registrados na cidade, e ajudaram a conter o vírus inicialmente. No entanto, logo depois, o aparente sucesso “levou o município de Campo Grande a adotar uma política de flexibilização cada vez maior”.

Na ação, a Defensoria apresenta os números de casos após a flexibilização. Entre 15 de junho e 15 de julho, os exames positivos saltaram de 724 para 5,2 mil. Somente nos últimos 15 dias, dobrou o número de infectados, chegando a 11.213.

A maior preocupação da Defensoria Pública é com o alto índice de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nos hospitais.

“Uma taxa de ocupação de leitos de UTI superior a 80% já é muito grave. Significa que em questão de poucos dias os escassos leitos remanescentes serão ocupados e a partir daí muitas vidas perecerão por falta de assistência. Campo Grande já registra desesperadores 93,47% de ocupação de todos leitos de UTI”, aponta a petição apresentada à Justiça pelo defensor público-geral, Fábio Rogério Rombi da Silva. 

Fábio afirma que o sistema hospitalar só não entrou em colapso por causa da ampliação do número de leitos através de ação do governo estadual.

“Aliás, não fossem aquelas contratualizações acima mencionadas, a ocupação de leitos de UTI em Campo Grande já estaria em 100% a alguns dias e os médicos obrigados a escolher, dentre vários pacientes que precisam da vaga, quem teoricamente teria a melhor indicação clínica para ocupá-lo. Por outras palavras,
teriam de escolher quem mereceria receber uma chance de sobreviver e quem ficaria fadado à morte face à falta do leito especializado”, diz na ação.

“Campo Grande, caso não haja uma radical mudança de rumo, caminha
para vivenciar justamente esse caos de vida e morte. A contratualização, que até
agora conseguiu impedir o pior, é sistema que já se esgotou, seja pela falta de outros
leitos a serem contratualizados, seja pela escassez de equipes especializadas no
atendimento em leitos de UTI”, conclui.

Loading...

Notícias Destaque

Mail Icon

Assine nossa newsletter

Fique por dentro das últimas notícias, só preencher abaixo.

Leave A Comment