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Em Campo Grande, ex-ministro Mandetta diz que parte da população ignora pandemia

Foto: Izaias Medeiros/CMCG

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) participou de uma reunião transmitida ao vivo na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quarta-feira (8). Ele alertou que um possível colapso na rede hospitalar pode aumentar exponencialmente o número de vítimas pelo coronavírus na Capital e no Estado.

“O vírus é muito letal ao sistema de saúde. E quando o sistema de saúde cai, essa estrutura não tem condições de atender. Você tem perdas, não só pela doença, mas as chamadas perdas correlatas. Os números, agora que começam aumentar. Se complicar o sistema de saúde do nosso Estado, vamos pagar uma conta muito amarga”, disse o ex-ministro de Jair Bolsonaro.

Mandetta também destacou que parte da população ignora as conseguências da pandemia e que a conta pelo desrespeito às normas de isonalmento social deve chegar.

“Ainda vejo gente em Campo Grande pensando que aqui não vai ter. Todos que tiveram essa postura, na história, pagaram um preço muito alto”, relatou.

Médico ortopedista, ex-secretário Municipal de Saúde da Capital e ex-deputado federal por dois mandatos, Mandetta foi Ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro entre janeiro de 2019 e abril deste ano. Ele deixou a pasta após discordâncias com o presidente.

“O presidente da República falou que era uma gripezinha, e estamos com 70 mil mortes quase. Todos os dias morrendo mais de 1.000 pessoas. Campo Grande tem diferenciais positivos e não força o contágio. Se trabalharem o transporte público, por exemplo, diminui a possibilidade de contágio. Hoje, a cura está em lavar as mãos, no distanciamento, na cidadania, no cuidado”, explicou Mandetta.

O Boletim epidemiológico mais recente divulgado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), e apresentado pelo presidente da Comissão, vereador Dr. Lívio, mostra que Campo Grande já tem 3.473 casos confirmados e 28 óbitos. Do total, 118 pacientes estão internados e outros 896 em isolamento domiciliar. Para o ex-ministro, a logística da cadeia produtiva privilegiou Mato Grosso do Sul, que ainda apresenta um dos índices mais baixos de mortes no Brasil.

Para o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, Dr. Lívio (PSDB), a sociedade precisa se unir e abandonar as diferenças políticas para combater o vírus.

“Devemos nos unir como sociedade, sem olhar bandeira partidária. Há um conflito de ideologia que não acrescenta. Nosso comportamento como sociedade é que vai determinar a maneira como vamos passar por essa pandemia, principalmente em Campo Grande e em Mato Grosso do Sul, já que constatamos diariamente esse aumento expressivo dos casos. Vamos pagar o preço pela falta de união”, defendeu.

O vereador Eduardo Romero (Rede), que conduziu o debate, endossou a opinião do colega.

“Essa não é uma pandemia de A, B ou C. Ela envolve todos nós e precisamos da ciência para a tomada de decisões e combater a desinformação. Acima de tudo, de respeito, amor e responsabilidade. Se puder ficar em casa, é o melhor a ser feito. Se sair, lembre-se da máscara, distanciamento social e higienização das mãos. Essa pandemia só passa se todos fizermos a nossa parte”, finalizou.

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