O vídeo que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou para atacar o sistema eleitoral brasileiro usa declaração do procurador de Mato Grosso do Sul Felipe Gimenez. Na postagem, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “escolhido pelo serviço eleitoral e pelos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral”.
O material foi compartilhado por Bolsonaro, na noite de terça-feira (10), em suas redes sociais e apagado horas depois, após ser acusado de voltar a insuflar bolsonaristas golpistas a novos ataques terroristas pelo país. O ex-presidente está nos EUA, para onde fugiu para não ter de entregar a faixa presidencial a Lula.
Durante o mandato, Bolsonaro duvidou da efetividade do sistema eleitoral diversas vezes e instigou seus apoiadores a fazerem o mesmo. Depois de ser derrotado nas urnas pelo candidato petista, o PL, partido de Bolsonaro, chegou a solicitar que o resultado de urnas antigas utilizadas no segundo turno fosse desconsiderado.
Procurador bolsonarista de MS
Em novembro de 2022, o procurador bolsonarista Felipe Gimenez defendeu, durante entrevista à Rádio Hora, que as Forças Armadas deveriam “intervir no sistema político para reestabelecer a ordem”. O ato é proibido pela Constituição Federal.
Gimenez demonstrava apoio explícito a Jair Bolsonaro e também criticou atos do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também já chamou a atenção, em outras ocasiões, por defender o voto impresso.
Atualmente, Gimenez tem atacado, em suas redes sociais, a prisão e o tratamento dado aos detidos responsáveis pelos ataques terroristas ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF, no dia 8 de janeiro.