Política

Mesmo sem o ex-presidente, ‘entourage’ de Bolsonaro gastou R$ 51 mil em Bonito

Bolsonaro acabou ficando em Campo Grande, onde comeu pastel no Mercadão Municipal. (Foto: Reprodução)

Além dos R$ 200 mil gastos com o cartão corporativo nas agendas em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou efetivamente em Mato Grosso do Sul, também houve o desembolso de R$ 51 mil em dois dias em Bonito. Na cidade, seria realizada cerimônia de lançamento das obras da terceira ponte que liga o Brasil ao Paraguai, em 13 de dezembro de 2021.

Na ocasião, a comitiva presidencial de Bolsonaro não conseguiu chegar ao município de Carmelo Peralta, no Paraguai, por conta das condições meteorológicas que impediram o pouso da aeronave do Executivo na região.

Ainda assim, foram gastos R$ 51.404,14 em dois dias na cidade de Bonito, onde o ex-presidente ficaria hospedado, como lembrou o site Campo Grande News.

A equipe do Governo Federal chegou ao Estado no dia 12 de dezembro. Entre os gastos, estão locação de artigos esportivos, navegação no Rio Paraguai, hospedagem e hambúrguer.

Outros R$ 200 mil

O maior gasto com o cartão ocorreu durante a viagem a Corumbá, em 18 de agosto de 2020, quando Bolsonaro veio inaugurar estação radar da Força Aérea Brasileira (FAB) para reforçar a segurança do espaço aéreo na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia. 

Na ocasião, houve gasto de R$ 70 mil. A equipe da presidência gastou com hospedagem, como R$ 22,5 mil no Santa Mônica Palace Hotel, em Corumbá, R$ 11,2 mil no Hotel Vale Verde, em Campo Grande, e R$ 7,8 mil no Lucca Hotel Pousada, em Bonito.

Também houve gasto com padaria. Foram gastos R$ 10 mil  para pagar a Milagre do Trigo, em Maracaju, a 480 quilômetros de Corumbá. 

Já na cidade corumbaense, o cartão corporativo de Bolsonaro pagou mais R$ 15,8 mil em alimentação comprada no Dolce Café. Houve gasto com combustível, de R$ 907 em um posto da Capital e R$ 1,6 mil com locação de palco e tenda em Corumbá. 

Foto: Chico Ribeiro/Governo de MS

Terenos

O segundo maior gasto ocorreu na viagem a Terenos, em 14 de maio de 2021, quando entregou cerca de 2.100 títulos de terra a mais de 300 famílias que vivem no assentamento Santa Mônica. 

A permanência do presidente por algumas horas aqui no Estado custou R$ 54,6 mil. 

O maior desembolso foi com o Exceler Plaza Hotel, com R$ 28,2 mil. No restaurante do hotel, a equipe pagou R$ 360. Também houve o pagamento de R$ 23,1 mil para a Padaria Confiança, em Campo Grande. A locação de tendas custou mais R$ 2,9 mil. 

Presidente da República Jair Bolsonaro, durante entrega de título de propriedade rural à senhora Cristina de jesus Aguilar Alves e o senhor Gilson Marcio de Siqueira.
Foto: Marcos Corrêa/PR

Ponta Porã

A viagem para Ponta Porã, em 29 de março de 2022, para entrega de mais de 2,6 mil títulos de propriedade rural a agricultores que vivem no Assentamento Itamarati custou R$ 46,9 mil, sendo que houve apenas gastos com hospedagens na cidade fronteiriça. 

O maior gasto foi com hospedagem, no valor de R$ 29,8 mil no Hotel e Turismo Pousada do Bosque, e de R$ 17,1 mil no Hotel Bercelona. 

Já em outra viagem à fronteira com o Paraguai, um ano antes, em 30 de junho de 2021, para a inauguração de uma nova estação radar de vigilância do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), a comitiva presidencial gastou R$ 28.899 no cartão corporativo. 

Foram gastos R$ 16 mil em hospedagens no Porta do Sol Hotéis e mais R$ 12.389 na Panificadora Delícias, para fornecimento de alimentação. Nesta data, ainda foram gastos R$ 510 em hospedagem no Hotel Galli, em Campo Grande.

Foto: Chico Ribeiro/Governo de MS

Campo Grande

Na viagem para Campo Grande, no dia 30 de junho do ano passado, para entrega de 300 unidades habitacionais para famílias de baixa renda no Residencial Jardim Canguru, não houve gasto na Capital, conforme os dados disponibilizados.

A quantia gasta pelo cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi disponibilizada no site da Secretaria-Geral da Presidência da República após a queda do sigilo destes dados, diante do fim de seu mandato. O pedido pela divulgação das informações foi feito pela agência Fiquem Sabendo.

O valor total registrado foi de R$ 27,6 milhões nos quatro anos de governo, incluindo despesas com sorvetes (R$ 8,6 mil), hospedagens (R$ 10,5 milhões, contando com alimentação) e lanches no McDonald’s (na casa dos R$ 800).

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