Geral

Na rota de lugares mais secos do País, especialistas de MS dão dicas de como cuidar da saúde

Nos últimos dias, Mato Grosso do Sul tem registrado índices abaixo de 20%. Na última segunda-feira (5) a capital Campo Grande foi a segunda cidade mais seca do Brasil com umidade em 15%, ficando atrás apenas de Cuiabá que registrou 13% conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Na lista de 20 lugares mais secos deste mesmo dia constam outras 8 cidades sul-mato-grossenses. 

O índice adequado de umidade do ar, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), varia entre 50% e 80%. Quando o nível fica abaixo de 30%, os riscos à saúde aumentam, causando desconforto físico ou mesmo desencadeando doenças.

O Especialista em Pneumologia e em Medicina do Sono, o médico Henrique Brito explica a relação do inverno com o surgimento de doenças respiratórias. “Quando o ar está mais seco, quem tem a função de umidificar ele na entrada do nosso organismo, são as mucosas respiratórias e elas estão ressecadas porque o corpo muitas vezes desidrata, pois, não tomamos a quantidade de água suficiente. Além disso é importante manter esse grau de hidratação, pois a mucosa respiratória tem uma função de linha de frente no combate aos agressores externos”.

Manter uma rotina de alimentação balanceada, sono regular e a prática de atividade física regular estão na lista de cuidados básicos que auxiliam na imunidade. “Mas o pilar principal é a hidratação do corpo, tomando bastante água e também melhorando a qualidade do ar nos ambientes”. Para os praticantes de atividade física, o médico faz algumas observações. “A atividade física tem o potencial de melhorar a imunidade. No tempo seco a respiração fica mais pesada e dificulta um pouco. Mas é importante ter sempre a garrafinha com água por perto, evitar os períodos em que o ar está mais seco, e fazer em um ambiente seguro para a questão de biossegurança da Covid”. 

Para aliviar o desconforto provocado pelo tempo seco as recomendações também incluem: lavar as narinas com soro fisiológico ou com formulações prontas que vendem em farmácia, e procurar manter os ambientes residenciais arejados e com circulação de ar, mesmo em dias frios.  

Tempo seco e Covid

Durante o inverno  é comum a circulação de diversos vírus que causam as infecções nas vias aéreas, entre eles, os rinovírus, os coronavírus, o vírus influenza, adenovírus e metapneumovirus humano, afirma a médica infectologista, Andyane Tetila. Ela reforça que é importante ficar atento aos sintomas da Covid-19. 

“Neste momento, em que nos encontramos em uma pandemia devido  alta circulação do vírus SARS-COV-2, e consequente elevado número de casos, em qualquer situação de surgimento de sintomas como febre, coriza, cefaléia, dores no corpo, entre outros, precisamos sempre pensar no diagnóstico principal de Covid-19. E, a única forma de confirmarmos o diagnóstico ou pensarmos em descartá-lo, seria com a realização de testagem laboratorial. Entretanto, sempre lembrando que nenhum teste diagnóstico exclui completamente a possibilidade da doença”.

Mesmo no caso de outros quadros virais, a recomendação é sempre buscar ajuda médica. “Sempre que houver o início de sintomas de um resfriado comum, as pessoas precisam ficar em alerta. Mesmo doenças com a influenza, ou infecções das vias aéreas causadas pelos outros vírus, mais comuns, podem agravarem-se, evoluindo para quadros graves ou complicações. Portanto, os indivíduos precisam estar em alerta quanto a persistência da febre (mais de 4, 5 dias), surgimento de cansaço excessivo, falta de ar, falta de apetite por tempo prolongado, em idosos e crianças pequenas: sonolência, alteração do nível de consciência. Estes são uns dos principais sinais e sintomas de um possível agravamento, e, todos devem procurar avaliação em um serviço de saúde”, orienta.

Mireli Obando, Subcom

Foto: Saul Schramm

Deixar um comentário