Segurança pública: Fábio Trad critica cortes no Sisfron e pede presença de Moro em MS
De acordo com o deputado, ocorrências como a fuga em massa na fronteira do Estado se sucederão enquanto não houver investimento federal na região
Dotado de extensa faixa de fronteira com dois países, o Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais necessitam de investimentos em políticas de prevenção e combate aos crimes de contrabando e narcotráfico.
A fuga de 76 detentos recentemente ocorrida num presídio da fronteira com o Paraguai novamente expôs essa triste realidade e colocou Mato Grosso do Sul nas páginas policiais do noticiário internacional.
Questionado sobre as medidas práticas necessárias para a melhoria da segurança na fronteira, o deputado federal Fábio Trad (PSD/MS), em entrevista ao Bom Dia MS desta quarta-feira (22), destacou duas.
A primeira é a visita da autoridade máxima de segurança pública federal na região, o que ainda não ocorreu no atual governo. E a segunda, a retomada dos investimentos no Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras).
“A questão que se coloca é a necessidade da presença física do ministro Sérgio Moro em Mato Grosso do Sul para discutir com as autoridades estaduais um plano efetivo e emergencial para conter a criminalidade, que está crescendo nesta região”, disse.
Sobre o Sisfron, em fase de instalação desde 2013 e com uma extensão de 650 quilômetros de fronteira, de Mundo Novo a Bela Vista, Trad lamentou o atraso de pelo menos dois anos no cronograma do projeto por conta dos sucessivos cortes de verba.
De 2016 para 2017 o governo Michel Temer cortou pela metade o dinheiro injetado no Sisfron. O investimento passou de R$ 285,7 milhões para R$ 132,4 milhões.
Projetado para cobrir 16 mil quilômetros em toda a fronteira brasileira e dotado de equipes especiais, carros de combate, radares, antenas e centro de operações para gerenciamento de operações, o investimento total no Sisfron foi orçado em R$ 11,9 bilhões, com entrega até 2022 o que, por falta de dinheiro, só deve acontecer em 2035.
“É preciso investir no Sisfron, que é um bom projeto e não recebeu sequer 20% das verbas previstas inicialmente. Sem recursos para investir neste sistema tecnológico de vigilância na fronteira, evidentemente que não teremos condições operacionais de combater a criminalidade”.