O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu um inquérito para investigar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e procuradores que fizeram parte de um acordo de delação premiada que “deu início” a lava-jato. A Corte atendeu um pedido da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) , que aponta suspeita de fraude no acordo de delação firmado pelo ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia.
De acordo com A PF, há indícios de a delação sofreu deturpações para que servisse como ferramenta de chantagem e manipulação de provas. Existem suspeitas de crime de concussão, fraude processual, coação, organização criminosa e lavagem de capitais.
O caso
De acordo com apuração da repórter Daniela Lima, do G1, Garcia firmou o trato de delação com Moro, quando este ainda era juíz da 13ª vara federal. O ex-deputado agia obtendo provas contra integrantes do Poder Judiciário, Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) e outras autoridades como uma “espécie de grampo ambulante”.
Em meio aos autos processuais, que estiveram sob sigilo por mais de vinte anos, estão gravações que evidenciam que Moro dava instruções ao próprio réu sobre o processo. O acordo foi realizado em dezembro de 2004.
O senador nega a existência de ilegalidades e afirma que, na ocasião, o instrumento de colaboração premiada não tinha o mesmo regramento legal de hoje.
*Com informações do G1