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A cada três mortes pela covid-19 no Estado, uma é de Campo Grande

Foto: Edemir Rodrigues/Portal do MS

Campo Grande já concentra mais de um terço das mortes registradas pelo novo coronavírus em Mato Grosso do Sul. Dos 421 óbitos no Estado, 147 foram na Capital, de acordo com dados do boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde desta segunda-feira (3).

Há 18 dias, Campo Grande era sequer o município com mais vidas perdidas para a covid-19. No entanto, depois de passar Dourados como epicentro da doença no Estado, no dia 16 de julho, a Capital disparou na liderança.

Atualmente, Dourados com 57 mortes, Corumbá com 45, Três Lagoas 16, Sidrolândia 14 e Aquidauana 13 são as cidades com dois dígitos de óbitos.

A Prefeitura de Campo Grande se apega à taxa de letalidade (1,4%) para demonstrar que a situação não é tão ruim quanto parece. No entanto, este valor depende do número de pessoas com teste positivo para a covid-19, o que, por sua vez, é influenciado pela quantidade de testes.

Portanto, municípios que só testam quem tem sintomas ou foi internado acabam prejudicados. Acinópolis, com duas mortes, tem taxa de letalidade de 40%, algo que deve estar muito fora da realidade. Infectologistas calculam o índice de mortalidade do novo coronavírus entre 0,7% e 2%.

O próprio Ministério da Saúde, no que diz ser a maior pesquisa brasileira sobre a covid-19, estipula que, de modo geral,  o número de pessoas infectadas é pelo menos seis vezes maior do que o número de casos notificados.

“Trata-se de algo esperado, quando a maior parcela dos casos é leve ou assintomática, o que deve ser ainda confrontado com outros estudos disponíveis visto que outras estimativas apontaram um número maior para essa chamada subnotificação”, diz o estudo coordenado pelo Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), bancado pelo Ministério da Saúde.

Enquanto isso, depois de duas semanas de ‘mini lockdown’ não darem resultado, a prefeitura resolveu relaxar as regras para o comércio, que teve o horário de funcionamento estendido e autorização para abrir aos fins de semana, e o toque de recolher está com uma hora a menos.

Agora é esperar para ver o resultado desta estratégia, o que, no caso do novo coronavírus, não demora muito para aparecer, em média são apenas duas semanas de espera.

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