O investigador da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul Tiago Vargas, 31 anos, foi demitido de seu cargo na instituição, conforme publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (17). A demissão foi assinada pelo titular da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, e não traz detalhes sobre o que levou ao desligamento do servidor, apenas que é resultado de um processo administrativo.
Tiago Vargas é conhecido pelas críticas que faz a políticos acusados de corrupção, entre eles o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em vídeos publicados nas redes sociais. Ele, inclusive, possui ambições políticas, tendo se candidatado ao cargo de deputado federal pelo PDT, nas eleições de 2018.
Em vídeo publicado no Facebook, após saber da demissão, o ex-policial diz que não foi demitido por ser corrupto ou um mal policial, e deixa implícito que pode ter sido alvo de perseguição pelas críticas que faz aos políticos.
“Não fui avisado de nada. Saiu minha demissão hoje, não deram [oportunidade] para mim recorrer da minha pena de demissão. Enfim, não deram nada. Apenas publicaram a minha demissão”, relata Tiago, após dizer que vai acionar o Sindicato dos Policiais Civis de MS (Sinpol) para recorrer da punição.
“Nunca respondi um procedimento por corrupção, por extorsão, por descaminho”, afirma Tiago, que em determinado momento da gravação ironiza: “Não foi por desviar mais de R$ 65 milhões em notas frias”.
A referência é ao indiciamento de Reinaldo Azambuja pela Polícia Federal pelos crimes de de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa no recebimento de propinas da JBS, que totalizaram R$ 67 milhões e teriam provocado um prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres públicos do Estado.