Política

Glaucia Iunes protocola ação que pode garantir sua vaga na Assembleia Legislativa de MS

A suplente de deputado estadual Glaucia Iunes e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolaram, ontem (19), uma ação de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária contra o deputado estadual Luiz Carlos Correia de Lima, conhecido como Lucas de Lima (Sem partido). O intuito do requerimento é de reivindicar a vaga do parlamentar para a primeira suplente da legenda pedetista.

O pedido de Iunes para assumir o mandato está embasado na decisão do ministro Antônio Carlos Ferreira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, ao julgar recurso interposto pelo PDT/MS, considerou improcedente o pedido de desfiliação por justa causa do atual deputado. “Concluo, na linha do parecer ministerial, pela inexistência de grave discriminação política e pessoal apta a configurar justa causa para o recorrido se desfiliar do PDT. Ante o exposto, com base no art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, dou provimento ao recurso ordinário para julgar improcedente o pedido
formulado na ação”.

O deputado Lucas de Lima, em cinco de fevereiro deste ano, se desfiliou do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e se filiou
ao Partido Liberal (PL). De acordo com os advogados da requerente da ação, ele realizou tais atos “assumindo todos os riscos de uma eventual perda de mandato eletivo”.

Além disso, a defesa da suplente também se fundamenta nos artigos 22-A, 25 e 26 da Lei dos Partidos Políticos, bem como no artigo 17, § 5º da Constituição Federal. A Resolução nº 22.610/2007 do TSE também é citada como base jurídica para a solicitação. De acordo com os advogados da suplente, a jurisprudência do TSE reforça a tese de que, em casos de infidelidade partidária, o mandato deve ser transferido ao próximo candidato mais votado do partido, já que é pertencente ao partido.

O partido busca uma decisão imediata para afastar Lucas de Lima do cargo antes do julgamento final. Para os advogados, “se a concessão da tutela for tardia, isso equivalerá a recusar qualquer espécie de proteção ao direito da requerente, beneficiando indevidamente o requerido”.

Caso o veredito seja favorável à Iunes, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul garantirá ao PDT a continuidade de sua representação, mas também ganhará uma nova configuração política, afinal, aumentará a quantidade de mulheres deputadas; atualmente, existem três na Casa de Leis. “Minha trajetória é pautada pelo compromisso com a população e pela ampliação da presença feminina na política. Acredito que mulheres precisam ocupar mais espaços de decisão para garantir políticas públicas que atendam às reais necessidades da sociedade. Sou pedagoga e assistente social, e minha missão ao assumir o mandato será trabalhar pelas pessoas. Recebi quase 17 mil votos e ingresso com o objetivo de honrar meu compromisso de representar a população de Mato Grosso do Sul, especialmente fortalecendo as demandas da região pantaneira”.

Infidelidade partidária

De acordo com o TSE, a infidelidade partidária se dá quando um político não observa as diretrizes da agremiação à qual é filiado ou abandona o partido sem justificativa. A fidelidade partidária, por sua vez, é uma característica medida pela obediência do filiado ao programa, às diretrizes e aos deveres definidos pela sigla, ou ainda pela migração de um partido para outro.

Glaucia Iunes afirma que sempre teve postura de fidelidade com o PDT e de comprometimento com a
base do governo e do governador Eduardo Riedel, “que sempre me deu todo apoio”. ” Desde 2022, sou filiada ao PDT e concorri ao cargo de deputada estadual acreditando no projeto político da legenda. Posteriormente, apesar de não ser minha base, aceitei o desafio de disputar uma vaga na Câmara Municipal de Campo Grande, não apenas para fortalecer o partido, mas para consolidar um trabalho alinhado com os ideais pedetistas em relação as suas demandas locais.”

Histórico eleitoral

O deputado Lucas Lima foi o único eleito pelo PDT, no pleito de 2022, quando obteve 26.575. Na eleição de 2018, havia sido eleito para o mesmo cargo pelo Solidariedade. Para assumir a vaga na ALMS, deixou a sua cadeira na Câmara dos Vereadores de Campo Grande.

Glaucia Iunes conquistou, em sua primeira candidatura à Casa de Leis estadual, 16.663 votos. Anteriormente, tentou a vereança em Corumbá pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e, em 2024, concorreu à uma vaga na Câmara de Campo Grande com 1.295 votos . Em todas as tentativas, foi nomeada suplente das legendas.

Maria Eduarda Metran

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