Plano destina recursos para que municípios promovam hábitos saudáveis
O Ministério da Saúde lançou hoje (10) estratégia nacional para combater a obesidade infantil e campanha educativa sobre o tema. As iniciativas pretendem promover a alimentação saudável entre crianças e adolescentes.
A Estratégia Nacional de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil – Proteja disponibilizará recursos a municípios para o desenvolvimento de ações de combate ao problema e promoção de hábitos saudáveis.
Na primeira etapa, poderão aderir até mil prefeituras. A participação do programa implicará o compromisso de implantar uma série de iniciativas, como a vigilância alimentar e nutricional com mapeamento da situação das crianças e adolescentes na cidade, e campanhas de comunicação para discutir com a sociedade a importância de hábitos mais saudáveis.
Também estão previstas entre as ações da estratégia a formação de equipes de saúde para lidar com as crianças e adolescentes do município e a articulação com a comunidade para que as recomendações para evitar a obesidade infantil sejam acolhidas no cotidiano das famílias.
Serão disponibilizados R$ 90 milhões de reais. “É muito pouco. Nós queremos mais. Para isso vamos trabalhar para alocar os recursos do orçamento de Saúde. Se não contemplarmos a Atenção Primária à Saúde de forma adequada, vai cair nos nossos hospitais e vamos ter que botar recursos lá e é muito mais difícil”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na cerimônia de lançamento.
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante o lançamento da Campanha Nacional para Prevenção da Obesidade Infantil – Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Campanha
A Campanha de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil de 2021 terá como foco a promoção do consumo de alimentos in natura e redução do consumo de comidas ultraprocessadas.
Campanha Nacional para Prevenção da Obesidade Infantil – Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
As peças de campanha também chamam a atenção para a importância de realizar atividades físicas desde os primeiros anos de vida, sejam elas nas brincadeiras e atividades lúdicas ou na prática de esportes.
A campanha também mira o grande tempo que crianças e adolescentes passam em frente a telas, assistindo à TV, interagindo pelos smartphones ou utilizando apps em computadores e tablets.
“Essas ações são importantes porque já vinha aumentando e na pandemia cresceu mais por motivos óbvios, com as pessoas em casa. A obesidade é uma doença por si só e aumenta risco de outras doenças”, declarou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Rafael Parente.
Educação
Também nesta terça, o Ministério da Saúde se uniu à Pasta da Educação, entidades profissionais e organismos internacionais para firmar um compromisso social. O objetivo é apoiar a implementação das ações voltadas para a prevenção e atenção à obesidade nos municípios no âmbito da Proteja.
No evento, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, reforçou a importância do trabalho em conjunto para oferecer alimentos de qualidade, seja em casa ou nas escolas.
Durante a cerimônia, Queiroga condecorou o ministro Milton Ribeiro com a Medalha do Mérito Oswaldo Cruz no grau ouro.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, recebe do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a medalha do Mérito Oswaldo Cruz, durante a cerimônia de lançamento da Campanha Nacional para Prevenção da Obesidade Infantil – Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Cenário nacional
Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente há 6,4 milhões de crianças com até 10 anos com excesso de peso e 3,1 milhões de crianças nessa faixa etária com obesidade. Na faixa de até cinco anos, o índice é de 15,9%, enquanto na de cinco a nove é de 31,8%.
Entre os adolescentes, há 11 milhões de indivíduos com excesso de peso e 4,1 milhões com obesidade, um índice total de 31,9%.