Política

Vereador acusado de fazer parte de organização criminosa participa de sessão na Câmara

Foto: Izaías Medeiros/CMCG

O vereador Ademir Santana (PSDB) participou normalmente da sessão na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quinta-feira (8). O parlamentar foi um dos alvos da quinta fase da Operação Omertà e indiciado pela força-tarefa da Polícia Civil, acusado de participar de esquema de extorsão e agiotagem, conduzindo as vítimas até a presença dos líderes da organização criminosa.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul chegou a pedir a prisão de Ademir Santana, negada pelo  juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, que alegou falta de provas e deferiu apenas pedido de busca e apreensão contra o tucano.

Como de costume, a participação de Santana, que é candidato à reeleição, foi discreta, limitando-se a votar a favor do projeto de lei que autoriza a prefeitura a instituir o Programa Escola Sustentável na Rede Municipal de Ensino e no ensino privado de Campo Grande. 

“Voto com o líder”, foi a única fala de Ademir Santana, durante uma hora de trabalho do Legislativo nesta quinta, feito de maneira remota pelos parlamentares e transmitido pelo Facebook. Ele seguiu o voto favorável do líder do PSDB na Câmara, vereador Delegado Wellington.

Nenhum vereador comentou sobre a operação que fez busca e apreensão em imóveis de Ademir Santana, na quarta-feira (7).

Agiotagem e extorsão

Segundo as investigações da Operação Omertà, os indiciados, por meio de agiotagem, emprestaram dinheiro às vítimas, num período de quatro anos e, com cobrança de juros extorsivos, estipularam como crédito um valor milionário, tornando a dívida uma “bola de neve” (“snowball” em língua inglesa, origem do nome dessa fase da operação).

Em seguida, a dívida era indevidamente exigida, por intermédio de “capangas”, que efetuavam ameaças e empregavam armas de fogo e taco de beisebol, no escritório da organização criminosa, local onde um casal de empresários, vítimas do esquema, era constrangido a ceder imóveis e saldar a dívida.

A organização criminosa ainda se utilizava de funcionários para buscar as vítimas e levá-las até o escritório, ou mesmo para ameaçá-las a comparecer a determinado local em determinada data.

Foram indiciados pela força-tarefa da Polícia Civil dois líderes da organização criminosa, além de quatro subalternos do esquema – um deles Vereador nesta capital, alvo de busca e apreensão e que, conforme a investigação, participou do esquema conduzindo as vítimas até a presença dos líderes.

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