Política

Polícia Federal conclui que Loester Trutis forjou atentado para ‘capitalizar politicamente’

Foto: Reprodução/Facebook

Investigação da Polícia Federal concluiu que o deputado federal Loester Trutis (PSL) simulou um falso atentado contra sua vida para “capitalizar politicamente”. O desfecho está na decisão da ministra Rosa Weber, do Superior Tribunal Federal (STF), que autorizou busca e apreensão contra o parlamentar na quinta-feira (12).

“Contrariedades e inconsistências da versão inicial dos fatos, assim como a exploração pública do episódio, levaram à suspeita de que o atentado contra a vida do parlamentar pudesse ter sido simulado a fim de promover a capitalização política dos acontecimentos pela ‘vítima’, com o fomento de pautas de interesse de seu mandato parlamentar”, afirmou Rosa Weber na decisão.

Na manhã do dia 16 de fevereiro deste ano, Trutis publicou em suas redes sociais que tinha sido alvo de atentado na BR-060, a caminho de Sidrolândia, que fica a 70 quilômetros de Campo Grande.

Na estrada, bandidos teriam disparado ao menos cinco vezes contra o veículo e o deputado teria revidado com mais tiros, conseguindo escapar. O parlamentar foi à Superintendência da Polícia Federal para registrar a ocorrência.

Perícias da investigação da Polícia Federal, contudo, apontaram que tudo não passou de teatro. Rosa Weber anexou à sua decisão o relato do caso pela PF:

No dia 16 de fevereiro de 2020, entre às 4h20min e às 6h, o Deputado Federal LOESTER CARLOS GOMES DE SOUZA e seu assessor CIRO NOGUEIRA FIDELIS, dirigindo o veículo Toyota/Corolla, placas LUH-8B92, saíram pela BR 060, com a finalidade de simular um atentado a disparos de arma de fogo.

Entraram, então, em duas estradas vicinais com a finalidade de procurar um local adequado para a simulação.

Somente na segunda estrada vicinal que adentraram, nas margens da BR 060, pararam o veículo Toyota/Corolla, placas LUH- 8B92, e efetivamente simularam o atentado.

Para tanto, realizaram disparos com uma arma Glock, 9mm, ainda não localizada, contra o veículo Toyota/Corolla, placas LUH- 8B92 (disparos de fora para dentro do veículo).

Realizaram, ainda, disparos com a pistola Taurus, modelo TH 380, calibre .380, número de série KLP 24350 (de dentro para fora do veículo).

Em seguida, dirigiram-se até a Superintendência da Polícia Federal, onde formalizaram a denúncia de suposta tentativa de homicídio da qual seriam vítimas.

No relato feito à PF, no dia do “atentado”, Loester contou que, no meio da estrada, sofreu um ataque por um homem que dirigia uma caminhonete.

Neste momento, segundo sua narrativa, teria “projetado a cabeça entre as pernas para abrigar-se dos disparos; quando possível, teria efetuado cinco a seis disparos em direção à rodovia, em revide à agressão, com o braço esquerdo apoiado no apoio de braço da porta traseira esquerda, o corpo horizontalizado e arma posicionada acima da cabeça; a fuga do local teria tido sucesso devido à manobra evasiva empregada por Ciro”.

Ao examinar a rodovia onde teria ocorrido a “emboscada”, os peritos não encontraram estojos de munição, marcas de balas no asfalto, fragmentos de vidro ou marcas de frenagem que indicassem mudanças bruscas na direção do carro do deputado.

A análise das marcas de tiro também desmentem a narrativa. Os tiros, segundo a PF, foram disparados com o carro parado. Câmeras às margens da rodovia mostraram que o carro estava em baixa velocidade e alternando sentidos, “o que indicaria sucessivos retornos na rodovia”.

Loester agora é investigado no STF pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo, dano e comunicação falsa de crime.

*Com O Antagonista

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