Chefe da ONU discursou na cúpula de líderes climáticos, em NY
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse a uma cúpula de líderes climáticos na Assembleia Geral da ONU, nesta quarta-feira (20), que o tempo está se esgotando para enfrentar a mudança climática, graças, em parte, à “ganância nua e crua” dos interesses dos combustíveis fósseis.
Com a cúpula anual da ONU sobre o clima, a COP28, prevista para novembro e dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Guterres implorou às autoridades nacionais que intensifiquem os esforços para eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis que causam o aquecimento do clima.
“A mudança dos combustíveis para os renováveis está acontecendo, mas estamos décadas atrasados”, disse Guterres no início da cúpula de um dia.
“Precisamos recuperar o tempo perdido com o atraso, a queda de braço e a ganância de interesses que lucram bilhões com os combustíveis fósseis.”
“Muitas das nações mais pobres têm todo o direito de estar com raiva – com raiva por estarem sofrendo mais com uma crise climática que não fizeram nada para criar, com raiva porque o financiamento prometido não se materializou e com raiva porque seus custos de empréstimo estão altíssimos”, disse Guterres.
“A humanidade abriu as portas do inferno”, em referência ao aquecimento global, que tem intensificado as mudanças climáticas e causado fenômenos como as enchentes no sul do Brasil e a onda de calor que atinge o país nessa semana, assim como incêndios no Havaí (EUA) e na Austrália.
“Calor terrível com efeitos terríveis”, afirmou Guterres. “A humanidade abriu as portas do inferno”, completou.
Guterres espera que a minicúpula de um dia da ONU inspire mais investimentos e ações de países e empresas para alinhar seus planos climáticos com a meta global de atingir emissões líquidas zero até 2050.
Um relatório da ONU deste mês afirmou que as atuais promessas de emissões são insuficientes para manter a temperatura média global em 1,5 grau Celsius além da média pré-industrial. Mais de 20 gigatoneladas de reduções adicionais de CO₂ serão necessárias nesta década – e emissão líquida zero global até 2050 – para atingir as metas.
Com informações de Agência Reuters e Metrópoles.